[:br]Nos últimos artigos conversamos sobre teteiras, mangueiras, volume de vácuo e higiene dos sistemas de ordenha, entretanto, hoje vamos focar em pequenas partes do sistema que podem interferir no seu funcionamento e até mesmo afetar a qualidade do leite e a saúde animal.

Os sistemas de ordenha, independente do fabricante, geralmente são constituídos ou montados de forma muito parecida, porém cada marca possui os seus diferencias.

Vamos falar principalmente nos sistemas canalizados linha média, que após os baldes ao pé são os equipamentos mais utilizados no Brasil, geralmente visualizo em cada canto do Brasil equipamentos com (4) postos de ordenhas em sua maioria.

Pois bem, equipamentos canalizados com (4) postos possuem um tubo de leite em aço inox. Geralmente esses tubos possuem seis metros (06) de comprimento, e devemos possuir um espaço mínimo entre as entradas de cada posto para que não haja refluxo de leite quando estamos utilizando os quatro (04), ou seja, ordenhando (4) vacas simultaneamente. Esse espaço dependerá de cada fabricante do equipamento e também é influenciado pelo tipo de contenção utilizada, espinha de peixe 1200, espinha de peixe 0800, paralela ou fila indiana. Cada um vai demandar uma forma de instalação para um bom desempenho.

sistema de ordenha

Para entendermos a imagem acima;

Em azul possuímos somente vácuo, em vermelho vácuo + leite ou água e verde leite sem vácuo sendo empurrado pela bomba de leite.

Como o sistema de ordenha tem por princípio ordenhar o leite, a utilização do vácuo é relativa, devemos possuir uma boa vedação em todo nosso sistema e ter certeza que o regulador de vácuo faça a regulagem deixando entrar o ar atmosférico necessário para estabilizar o sistema de ordenha.

Abordaremos as vedações que geralmente são constituídas de borrachas e assim como as teteiras, sofrem desgaste pela ação do tempo tanto do leite, como dos detergentes utilizados para a higienização do sistema de ordenha.

curva

  • Essa é a curva do garrafão, peça responsável por fazer a ligação do tubo de leite ao receptor de leite. Ela veda a entrada do ar no receptor/garrafão de leite. Em alguns sistemas de ordenhas mais simples se faz necessário girar essa peça antes de iniciar o processo de lavagem para que agua possa atingir a parte superior do receptor/garrafão do leite, outros já providos de chuveirinho interno não necessitam esse procedimento. Por ter contato direto com leite é muito importante verificar a condição da mesma a cada (6) meses.
  • Tampão de fechamento do tubo/cano do leite podendo ter ou não entrada para água. Bom local para verificar a eficiência da lavagem, pois se houver muito resíduo de leite é sinal de pouca água chegando no fim da linha, a mesma deve ser verificada a cada (6) meses.
  • Curvas de ligação do receptor/garrafão do leite com a bomba do leite, também devem ser verificadas a cada seis (6) meses, quanto a sua integridade, para que não interfira na chegada do leite a bomba de leite.

 

flap

  • Válvula Flap, essa peça está montada no interior da bomba de leite é extremamente importante para o despacho do leite pela bomba, por exemplo, se a mesma não fechar após acionamento da bomba de leite a mesma não conseguirá enviar o leite novamente devido à entrada excessiva de ar na bomba de leite. Essa peça sofre grande desgaste devido seu funcionamento e contato direto com leite e água.
  • Aos equipamentos de extração manual possui as chamadas válvulas tip-top que estão no interior do coletor em contato direto com leite realizando duas funções fechamento e abertura do vácuo no coletor e vedar o mesmo para não entrar muito ar. Muitas vezes são esquecidas assim com os anéis de vedação do coletor que podem deixar se corrompido entrar ar em demasia ou até mesmo sujidade podendo interferir no volume de vácuo no coletor, podendo vir a causar problemas aos animais.

Há outras partes e peças que devemos ter cuidados, por exemplo, as duchas, sprays ou velas de lavagem, que deverão estar integras para vedar bem entorno das teteiras e possuir vazão necessária para uma boa lavagem.

Sabemos que o custo da manutenção por muitas vezes alegado como principal entrave, entretanto, creio que por falta de uma boa vedação ou oscilação de vácuo poderá lesionar um animal e se esse desenvolver uma enfermidade como, mastite/mamite terá de ser afastado da linha de ordenha das saudáveis, assim sendo, vai ter o leite descartado, gastos com medicamentos além de todo um manejo diferenciado com a mesma.

É com o intuito de evitar esses contratempos e até mesmo os prejuízos que reforçamos a importância da propriedade leiteira em possuir uma boa parceria com o técnico de ordenha, ter uma estratégia de manutenção preventiva do sistema de ordenha e assim não ter surpresas no momento da colheita e produção, transcorrendo com uma boa lactação.

Lissandro Stefanello Mioso

Consultor Técnico / Médico Veterinário – CRMV 8457

 

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