[:br]Escutamos muitos relatos de técnicos de ordenha e produtores de leite que tiveram que mudar suas teteiras devido a contratempos na ordenha, com os animais e na qualidade do leite, ou seja, devido a algo fora do normal.
Contudo essa decisão pode se mostrar errada se não avaliamos o conjunto todo da obra, se formos imediatistas faremos uma solução passageira em relação a algum problema oculto no sistema da fazenda.
Devido a facilidade de efetuar as trocas das teteiras e suas características de trocas periódicas, geralmente são as primeiras a serem acusadas de problemas e trocadas pelo simples fato de não alterarem em nada, a rotina da fazenda de leite.

Vamos analisar alguns mitos e razões que levam uma fazenda a trocarem suas teteiras:

• Aumento na Contagem de Células Somáticas (CCS):

É uma das razões mais comuns que levam o produtor a trocar as teteiras e em muitas vezes não são elas as principais culpadas pela alta da CCS.
O aumento de CCS (contagem de células somáticas) pode vir de vários lugares da fazenda e por isso a importância de se investigar profundamente o que pode estar ocorrendo de fato. Deve-se verificar, por exemplo, como as vacas chegam na ordenha (limpas ou sujas), as camas sujas no free-stall, a compostagem nos sistemas de compost-barn, as técnicas de manejo pobres. Essas e muitas outras razões diferentes podem vir a causar aumento na CCS.

O design e a função da teteira são raramente culpados por uma CCS alta, nessas situações com o índice de CCS alto o recomendável é chamar um técnico de ordenha e consultor de qualidade do leite experiente para diagnosticar o problema corretamente.

• Deslizamentos e ruídos altos:

Outro fator relatado frequentemente pelos produtores e ordenhadores são os deslizamentos e ruídos que diminuem com tempo de uso da teteira. O que geralmente ocorre nesses casos está relacionado há um baixo vácuo no coletor durante o pico do leite, alinhamento deficiente da unidade de ordenha, restrições no caminho do leite, loops (voltas) na mangueira do leite, má preparação ou estimulo pré-ordenha e sobre ordenha ao final da mesma.

• Ordenha não uniforme:

Outro relato muito escutado é a alegação para trocar as teteiras devido a ordenha não ser uniforme em todas as vacas, sendo que a primeira atitude a se tomar no fosso da sala de ordenha é assegurar que os conjuntos de ordenha estejam bem alinhados com suas mangueiras sem restrições. O bom alinhamento do conjunto de ordenha é fundamental para se ordenhar rápido, suave e completo. Para um bom alinhamento os dispositivos deverão estar regulados e mantidos em bom funcionamento para resultar numa ordenha tranquila e completa.

Quanto aos tipos de teteiras em relação ao seu desenho vamos ver aqui nesse texto alguns tipos e detalhes dos modelos de teteiras e verificar suas características para entender melhor seu funcionamento e ser a razão de escolha.
Hoje escutamos muito sobre utilizar ou não uma teteira ventilada, utilizar ou não um formato diferente seja triangular, quadrada ou redonda. Vamos tentar entender um pouco mais das diferenças entre elas para que possa ter subsidio para eleger um modelo baseado em conhecimento da utilização e não em ganho de vantagem.

Teteira ventiladas:

Ultimamente escutamos frequentemente os produtores perguntando sobre a necessidade ou não desse tipo de teteira?

A ventilação se faz necessária para haver uma diferença de pressão e o sistema de ordenha conseguir fazer com que o leite siga em direção oposta ao teto do animal ou seja, afastar o leite retirado da vaca o mais rápido possível.

As ventilações podem ser no coletor de leite, no tubo curto do leite da teteira ou no bocal da teteira, sempre no mesmo intuito de criar o diferencial de pressão para o leite seguir o caminho oposto da vaca de uma maneira rápida. Uma ventilação no tubo curto do leite da teteira, por exemplo, auxiliará no afastamento do leite da ponta de teto o mais rápido possível.

A ventilação perto da porção final do teto auxilia na prevenção do refluxo do leite atingir o teto, há alguns desenhos de ventil na teteira que auxiliam a não obstrução do fluxo do ar se sujidades vierem e se depositar no local.

A última novidade da indústria de teteiras para equipamentos de ordenha foi de afirmar que para ordenhar uma vaca gentilmente a mesma deveria ser ventilada no bocal, entretanto há várias maneiras de realizar uma ordenha suave.

Por exemplo umas das definições de ordenha suave é expor o teto ao vácuo por um curto período de tempo possível, tendo o sistema de ordenha regulado e ordenhador experiente podemos atingir tais objetivos com qualquer projeto de teteira.

Projeto da Teteira:

Toda a suavidade de ordenha passa pelo desenho da teteira que deverá respeitar anatomia do teto, vejamos os tipos existentes de desenhos para comercialização:
Teteiras Redondas, triangulares, quadradas e semicircular conforme os desenhos abaixo

Todos os desenhos acima possuem alguma diferença entre si, mas para tanto todos tem o mesmo fim, que é de ordenhar o animal de uma maneira gentil, suave e completa.

Cada desenho apresenta um benefício, por exemplo:

Teteiras de desenho redondo selam melhor o corpo de teto evitando grandes quantidades de ar em torno do mesmo. Teteiras ventiladas no bocal, de desenhos quadrados e triangulares, auxiliam a redução de formação de anéis nos tetos. Já a formação de anel em teteiras de desenho redondo é indicativo de sobre ordenha.

A medida que a teteira perde a capacidade de selar o entorno do teto, o vácuo no bocal aumenta, por isso a importância em retirar as unidades de ordenha no tempo certo e relembrando, ordenhar suave é deixar o teto o menor tempo possível exposto ao vácuo.

Sugestão de gestão das teteiras:

A dica seria verificar a real necessidade de troca de modelo de teteira e averiguar seus resultados com isso:

– Aumentar a taxa de fluxo na ordenha;

– Diminuir o tempo de ordenha;

– Expor o teto ao menor tempo possível ao vácuo;

Havendo a real necessidade de trocar, investigar bem qual o estilo de teteira que realmente poderá fazer a diferença no rebanho em questão. Entretanto, para que se melhore o desempenho da ordenha, necessitamos mais coisas do que simplesmente trocar de teteira.

É muito importante para o manejo da ordenha:

– Bom projeto da sala de ordenha;
– Fluxo adequado dos animais na sala de ordenha;
– Equipamento de ordenha dimensionado e regulado;
– Pulsadores aferidos;
– Ordenhadores hábeis;
– Remover os conjuntos de ordenha no tempo certo;
– Sempre optar pela teteira que melhor se adapta com o manejo da fazenda;

O que precisamos fazer para as nossas vacas é praticar uma ordenha homogênea e consistente todos os dias, para o bem-estar dos animais e como gerentes, observar o desempenho e realizar ajustes quando necessário para manter o mesmo.

Cálculo de trocas:

Exemplo: Numa propriedade com 35 animais em lactação que realiza 2 ordenhas diárias em um equipamento de ordenha com 3 conjuntos de ordenha:

Fórmula teteira de borracha: 2500/(axb/c) 2500/(35×2/3) = 107 (conforme figura abaixo)

Sendo assim para assegurar que a teteira vai responder adequadamente e manter sua performance devemos trocar a cada 107 dias. Durante esse período com esse cenário teremos realizados 2.500 ordenhas em cada conjunto de ordenha.

No mesmo exemplo utilizando teteira de silicone a formula a utilizar seria: 5000/(35×2/3)= 180

Esse valor seria correspondente a 180 dias ou seja 5.000 ordenhas realizados por conjuntos.

Para facilitar, utilize a nossa calculadora de trocas, disponível no nosso site (http://www.inabor.com.br/calc/) que é gratuita ao produtor.

Portanto, para concluir reforço a necessidade das fazendas em ajustar seu manejo de teteira conforme sua vida útil pois assim independentemente do tipo de desenho da mesma as performances de ordenha estarão asseguradas.

Por Lissandro Stefanello Mioso, Médico Veterinário – CRMV 8754/ Consultor Técnico Inabor[:]

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