Neste presente trabalho vamos abordar o sistema de ordenha, como podemos dimensionar o mesmo para que tenhamos a segurança de que os animais serão ordenhados em níveis seguros para a mantença de seu status sanitário, preservando a glândula mamaria e extraindo todo leite produzido sem causar mal-estar ao animal.

Possuímos vários componentes que compõe o sistema de ordenha, entretanto possuímos um componente que podemos chamar de “coração do sistema” que definirá o tamanho do sistema, ou seja, quantos animais podemos ordenhar simultaneamente ou quantas unidades/conjuntos de ordenha poderemos utilizar em nosso sistema de ordenha.

Estamos falando da bomba de vácuo do sistema de ordenha, que por muitas vezes é negligenciada e pode resultar em contratempos na atividade leiteira. É deste componente que depende o funcionamento dos demais.

Temos vários modelos de bombas de vácuo, por lóbulo, turbina, entretanto as mais comumente utilizadas são as rotatórias que utilizam palhetas e são lubrificadas a óleo, havendo também modelos lubrificadas a água.

Mas nesse trabalho vamos nos fixar nas rotatórias de palheta lubrificadas a óleo sendo que a capacidade de retirada de ar das bombas irá determinar a quantidade dos conjuntos de

ordenha, essa capacidade é sempre expressada em litros e geralmente às bombas usam a nomenclatura de capacidade de produção de vácuo, por exemplo:

Bomba de Vácuo 330, isso quer dizer que essa bomba produz 330 litros e se utilizarmos essa bomba em um sistema balde ao pé ao nível do mar poderemos utilizar até 3 conjuntos de ordenha. A demanda de vácuo irá se alterar conforme o tipo de sistema de ordenha, em uma ordenhadeira canalizada linha média teremos uma demanda e se for linha baixa outra demanda, para isso existe uma tabela que orienta os profissionais para a correta dimensão.

Não obstante as bombas de vácuo variam sua produção de acordo com altitude de onde está instalada, ou seja, o ar rarefeito diminui e eficácia do trabalho da bomba.

Para que as bombas funcionem as mesmas tem propulsão feitas por um motor elétrico e cada fabricante possui o correto dimensionamento do motor necessário para que a bomba trabalhe adequadamente e sem esforço desnecessário do motor. As mesmas quando ligadas por correia possuem polias tanto no motor como na bomba e existe uma tensão correta para correia assim como tamanho das polias para correta rotação da bomba.

Nas bombas lubrificadas a óleo é importante manter o correto nível de óleo para o bom funcionamento da bomba, a falta de óleo durante o uso pode comprometer a vida útil da bomba, causar desgastes das palhetas ou até mesmo superaquecimento da mesma assim danificando sua estrutura.

Outro detalhe importante que as vezes passa despercebido é quando vamos desligar o equipamento de ordenha. Como temos a retirada de ar num sentido para formação do vácuo relativo para a ordenha, ao desligar é de suma importância desacoplar os conjuntos para que haja entrada de ar para que ao desligar a bomba de vácuo a mesma não sofra um contra golpe, pois caso não procedermos desta forma o risco de danificar a bomba existe.

Portanto é de suma importância possuir uma bomba de vácuo correta para nosso sistema de ordenha uma bomba subdimensionada ou pequena para nosso sistema de ordenha vai acarretar em alguns transtornos sendo o principal a falta ou a deficiência de vácuo em níveis adequados para ordenha.

Poderá afetar o desempenho da ordenha ocasionando: quedas de conjuntos, massagem ineficiente das teteiras, volume de vácuo insuficiente para uma ordenha estável e em pulsadores mecânicos/pneumáticos afetar seu funcionamento entre outros eventos. Em sistemas de ordenhas canalizados um baixo aporte de vácuo irá prejudicar o ciclo de limpeza do equipamento inclusive.

É de extrema importância que esse aporte de vácuo seja suficiente para o correto funcionamento do sistema de ordenha. Em equipamentos onde instalarmos acessórios como extratores ou medidores de leite sempre verificar os consumos de vácuo dos mesmos, esses acessórios consomem vácuo sendo importante um levantamento de produção de vácuo atual para verificar se há produção satisfatória de vácuo para instalação do acessório caso contrario poderá ocorrer transtornos e baixo desempenho dos acessórios.

Portanto sempre mantenha seu equipamento em dia com bom plano de manutenção do sistema, com dimensionamento correto para não afetar a saúde animal e a qualidade do leite, assim evitando transtornos e prejuízos. Converse sempre com seu técnico de ordenha para ver como está o sistema e o que pode ser melhorado e receber dicas para uma maior longevidade das partes do sistema de ordenha assim evitando desembolsos desnecessários.

Boa Lactação a todas as fazendas!

Lissandro Stefanello Mioso

Médico Veterinário – CRMV 8457

Consultor Técnico

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