Um sistema de pulsação bem configurado com o funcionamento adequado nos acarreta uma série de benefícios ao rebanho e a ordenha, o que nos permite:

· Ordenhar as vacas no menor tempo possível

· Minimizar o desconforto e dor sentido pela vaca ao fim do fluxo de leite

· Minimizar o acumulo de líquidos no tecido quando não há fluxo de leite.

A obtenção de uma pulsação correta nos permite manter a alta taxa de fluxo no teto enquanto estimula o fluxo de leite. Sendo assim, o sistema de pulsação nada mais é que um dispositivo que permite mudanças cíclicas de pressão (troca de ar & vácuo) na câmara formada ao redor da teteira no interior da capa metálica. Esse diferencial de pressão faz com que a teteira abra permitindo que o leite escorra e depois feche novamente ao redor do teto, massageando o tecido e reduzindo a congestão. Além do pulsador, possuímos uma série de acessórios conectados a ele como: tubo de vácuo e seus conectores, mangueira flexível de pulsação que conecta o pulsador a câmara de vácuo entre a teteira e a capa metálica.

Relembrando que o objetivo da pulsação é limitar a quantidade de congestão e edema que ocorre nos tecidos do teto durante a ordenha mecânica e pode causar desconforto e congestão com possibilidade de danos na extremidade do teto (hiperqueratose). Uma boa pulsação estimula uma boa descida do leite.

Os pulsadores são pneumáticos podendo ser eletrônicos ou mecânicos. É importante atentar sempre para o número de coletores conectados ao pulsador pois afetará a pulsação, sendo que a pulsação pode operar de duas maneiras no teto;

*Simultâneo (4×4) o estimulo ocorre nos 4 tetos

*Alternado (2×2) alternam o estimulo em 2 em 2 tetos.

Os pulsadores simultâneos utilizam geralmente mangueiras flexíveis para conexão, com diâmetros variando entre 8-9 milímetros, já os alternados utilizam mangueiras flexíveis para conexão com diâmetros variando entre 6-8 milímetros. Essas mangueiras são de fácil identificação, no simultâneo uma via somente e no alternado 2 vias, também conhecidas como dupla do vácuo.

Para nível de melhor entendimento dividimos o funcionamento do pulsador em duas partes em um ciclo de pulsação:

Ciclo de pulsação compreende as 4 fases denominada fases A+B+C+D sendo A e B também chamadas fase do leite e a C e D fase sem leite, o que ocorre de fato é:

Fase do leite ou aberta ou fase A e B: nessa fase a câmara de pulsação entre capa metálica e teteira se encontra com vácuo, assim promovendo a abertura da teteira expondo o teto ao vácuo, o leite por diferencial de pressão onde alta pressão no úbere para o local de baixa pressão o coletor de leite que está conectado ao vácuo do sistema.

Fase do repouso ou fechado ou fase C e D: nessa fase a câmara de pulsação entre capa metálica e teteira admite ar atmosférico aumentando a pressão da câmara de pulsação para a mesma da atmosfera assim ultrapassando a pressão do vácuo interna fazendo com que a teteira colapse ou feche em torno do teto com fluxo diminuindo e até cessando por curto período.

Pulsadores possuem normalmente duas configurações que são chamadas de taxa de pulsação e relação de pulsação, a taxa de pulsação é o número de vezes que o pulsador passa por um ciclo completo de abertura e fechamento por minuto, medida em pulsos por minuto(ppm). Já a relação de pulsação é a porcentagem do tempo em que o pulsador está na fase de ordenha (aberta) em comparação com a fase de repouso (fechada).

O ajuste ideal dos pulsadores geralmente são nas faixas para taxa de pulsação de 50 a 60 ppm e numa relação de 60/40 até 70/30. Sendo que na relação de pulsação o primeiro número se refere a fase aberta e o segundo número refere a fase de fechada. Portanto a relação de pulsação ideal maximiza a duração da fase do leite, garantido tempo de descanso suficiente para evitar o congestionamento ou danos na ponta dos tetos.

Pesquisas mostram que a fase D do ciclo de pulsação deverá ser de pelo menos 150 milissegundos ou 15% do ciclo com uma taxa de pulsação de 60 ppm para oferecer descanso adequado e minimizar ou diminuir os riscos de mamite.

Manutenção dos Pulsadores:

Limpe regularmente os filtros de ar dos pulsadores, a linha de vácuo (tubo de vácuo) onde estão conectados os pulsadores não possuem conexão com a linha de lavagem devendo ser limpos ao menos uma vez a cada 12 meses e para quem oferece ração na ordenha o cuidado é redobrado. Realize a manutenção, trocas dos componentes de acordo com a instrução do fabricante. Quanto aos pulsadores eletrônicos, necessitam geralmente novos kits de funcionamento a cada 2.000 a 4.000 horas dependendo do modelo.

Falhas comuns na pulsação:

A pulsação inadequada é uma das principais causas para o baixo desempenho de ordenha ou alta incidência de mamite. Essas são ocorrências que podem auxiliar no diagnostico de falha de pulsação ou mau funcionamento do equipamento.

Taxa de deslizamento dos conjuntos de ordenha alta, deslizamento das teteiras, comportamento irritável dos animais, chutando o coletor de leite durante a ordenha, ordenha incompleta das vacas e tempos de ordenha muito longos, lentos, são sinais para verificação do sistema de pulsação.

Não é incomum observar sistemas de ordenhas com as mangueiras de leite em suas extensões muito longas, sendo esse um fator que prejudica o desempenho da pulsação. Portanto é importante sempre estar em contato com o provedor de serviço de ordenha para uma melhor regulagem e uma eficiente manutenção e evitar contratempos.

Boa Lactação!!!

                                                                                                          Lissandro Stefanello Mioso

Médico Veterinário – CRMV-RS 8457

Consultor Técnico

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