[:br]Nesse período do ano, o verão, muita gente sofre com calor. Imagine então uma vaca leiteira, tendo que se manter, produzir e reproduzir sob altas temperaturas.
Contudo, nos últimos anos muitas pesquisas foram feitas para entender esse acontecimento e as estratégias que podem ser utilizadas para minimizar o efeito negativo das altas temperaturas na produção de leite, visto que as perdas econômicas devido a tal efeito são consideráveis.
O estresse térmico afeta negativamente em vários aspectos a produção leiteira, este fato gera uma diminuição na produção devido à redução da ingestão de alimentos pelo animal.
Além da temperatura ambiente, a umidade relativa do ar elevada compromete a capacidade da vaca de dissipar calor para o ambiente, influenciando diretamente na diminuição da produção.
Como a evolução da produção de leite está associada ao aumento da ingestão de matéria seca (MS), aumenta-se assim o calor metabólico para produção de leite e prejudica o balanço térmico em períodos de estresse. Fatores climáticos como temperatura e umidade relativa do ar interferem significativamente na produtividade das vacas.
Segundo PIRES (2006), o estresse térmico é o conjunto das alterações que ocorrem no organismo animal na tentativa de reagir às condições ambientais como: altas temperaturas, alta umidade do ar e excesso de radiação solar.
Tais condições somadas a altas produções de calor metabólico excedem as reservas de calor corporal, e quando a capacidade de eliminação de calor é menor que o ganho de calor do ambiente e do metabolismo, determina-se o estresse térmico.
No verão a capacidade de perda de calor fica comprometida em função das condições climáticas, aliada a isso, a alta produção de calor das vacas de alta produção de leite as torna mais susceptíveis ao estresse térmico.
O primeiro mecanismo acionado para perda de calor é a vasodilatação, o segundo é a sudorese e o próximo é a respiração, sendo o aumento na frequência respiratória (FR) o primeiro sinal visível.
Quando os mecanismos de termólise dos animais homeotérmicos não são eficientes, o calor metabólico somado com o calor recebido do ambiente torna-se maior que a quantidade de calor dissipada para o ambiente, em consequência disso pode ser notado nesses animais um aumento da temperatura retal.
Animais submetidos ao estresse térmico reduzem o número de refeições diárias, duração das refeições e o consumo de MS por refeição. Altas temperaturas reduzem a frequência de alimentação durante as horas mais quentes do dia, aumentando a frequência nas primeiras horas da manhã e no final da tarde.
O consumo de água também é influenciado pelo estresse térmico, sendo maior nas horas mais quentes do dia, com aumentos nas primeiras horas da manhã, final da tarde e pequeno aumento a noite (DAMASCENO et al., 1999).
A tabela a seguir (TABELA 1), correlaciona variáveis fisiológicas (frequência respiratória e temperatura retal) com os níveis de estresse térmico.
O estresse térmico causa vários problemas na produção de leite, interfere na produção, reprodução e sanidade dos animais, gerando grandes perdas econômicas em sistemas de produção de leite.
Minimizar os efeitos do estresse térmico sobre os animais torna-se essencial para manutenção da produtividade. Fatores como sombra provida de árvores, aspersores ou nebulizadores, ventiladores, mudanças na dieta e no fornecimento do alimento podem ser utilizados para evitar o estresse térmico sobre os rebanhos.
A sombra é o principal método utilizado para minimizar o estresse térmico, no entanto, a ventilação associada à aspersão de água sobre as vacas mostrou-se mais eficaz, melhorando a produção de leite e a reprodução.
Busque conversar com o veterinário e técnicos sobre o assunto e buscar a melhor solução para sua necessidade pois as soluções podem mudar um pouco de local para local.
Lissandro Stefanello Mioso
Consultor Técnico / Médico Veterinário
Fonte: Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária – Ano IX – Número 16 – janeiro 2011.
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