[:br]O ano inicia e ao olharmos pelo retrovisor os anos de 2017 e 2016 ainda marcam nossa visão, pois foram carregados por instabilidade e crises de todas as naturezas que abalaram o Brasil. Entretanto, vida que segue, temos que olhar em frente e planejar o futuro, claro sem esquecer do presente, planejando nosso próximo ano e o quanto vamos produzir.

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Está evidente que produzir leite não é o problema no Brasil, tanto que a produção em 2016 segundo IBGE ficou na casa dos 33,625 bilhões de litros produzidos e distribuídos em várias cidades, sendo que o leite está presente em 98,8% do território brasileiro. Porém, nem todas as regiões possuem grandes produtores. A maioria deles produz menos de 1.000 litros dia, o que pode levar os mesmos a certa dificuldade, no que tange aos itens necessários à melhoria da produção. Acompanhamento veterinário, utilização de insumos de qualidade na produção de leite, trocas periódicas conforme orientação dos fabricantes de peças de reposição, assistência técnica adequada do equipamento de ordenha, por exemplo, são pré-requisitos para a produção leiteira com maior qualidade gerando maior valor agregado ao produto.

A maximização da produção requer muitas vezes investimentos em tecnologias que auxiliem o produtor em suas ações diárias, assim obtendo êxito em sua exploração leiteira e tendo a possibilidade de obtenção de resultado financeiro satisfatório. E é essa parte do resultado financeiro que ultimamente vem afetando a produção de leite.

A grosso modo, ou seja, numa visão simplista a parte que falta é o consumo do leite propriamente dito. Vejamos algumas notícias de destaque na mídia nos últimos tempos, por exemplo, o grande número de desempregados que consequentemente gerou queda de poder aquisitivo da família brasileira, o alto índice de endividamento das famílias e inflação alta. Com esses fatores já podemos pressentir o pânico causado na classe trabalhadora brasileira nos últimos dois anos, o que levou a uma reorganização no seu dia a dia e em seu orçamento familiar, isso também acarretou em uma mudança no hábito do consumidor brasileiro, que passou a escolher opções mais em conta cortando produtos especializados. Uma pesquisa realizada pela Kantar Worldpanel, mostrou que no primeiro semestre 2017 havia um recuo na ordem de 10,2% em unidades de alimentos perecíveis e mostrou um consumidor bem cauteloso na hora da compra.

leite

Entretanto, os últimos movimentos da economia brasileira já demonstram alguns sinais de recuperação com a inflação voltando a patamares mais baixos e controlada, queda dos juros e início da retomada econômica que vem avalizada pelos últimos relatórios do banco Central do Brasil que prevê crescimento do PIB e aos poucos a saída da crise, ou seja, recessão que o Brasil se encontrava. A retomada do emprego e por consequente da renda estão aos poucos melhorando, entretanto, outro fator de grande relevância que não podemos deixar de citar é a diminuição do endividamento das famílias após crise e o aprendizado das mesmas em compras de longo prazo. Se no primeiro semestre de 2017 havia cautela e medo do desemprego, a perda de renda nesse ano 2018 em pesquisas realizadas em 11 grandes centros urbanos já demonstra que 58% dos consumidores acreditam na melhoria de sua condição financeira e na recuperação de economia brasileira.

Sendo assim, nessa visão global podemos ter boas expectativas de um mercado mais promissor que dos dois últimos anos, claro não alcançando patamares do período pré-crise, mas com crescimento sustentável em um ritmo não tão acelerado como antes.

Portanto, a parte que falta são as engrenagens do sistema rodarem de forma harmônica para que todos os elos da cadeia, produtor, indústria e varejo consigam prosperar de forma consistentes. E já há fortes sinais de que essa mudança se iniciou em 2018.

Desejamos a todos uma excelente Lactação.

Lissandro Stefanello Mioso
Med. Veterinário / Consultor Técnico

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