[:br]Entramos no mês de maio e para esse mês resolvemos falar um pouco dos variados modelos de teteiras que existem, suas características, funcionamento e indicações. As vezes olhamos os inúmeros modelos e desenhos, sem saber efetivamente o que cada um entrega de vantagem na ordenha e em nossos animais.
Além disso, trataremos um pouco sobre o material de fabricação da teteira como, o silicone, a borracha e suas peculiaridades.
Para que possamos ter um bom entendimento sobre as teteiras primeiramente devemos observar os tetos ou conjunto mamário do animal a serem ordenhados. Se tratando de um ser vivo, é difícil haver uma padronização de 100% no tipo de tetos podendo haver uma variedade de conformação, entretanto, com avanço do melhoramento genético podemos constituir um rebanho com características muito próximas que auxiliarão na performance da ordenha.
Há estudos no Brasil que identificaram os tipos de tetos e posição de úberes de animais em ordenha no Brasil vejamos abaixo um dos estudos (Rubim 2011);
Podemos ver no estudo (Rubim 2011) 6 tipos diferentes de anatomia no teto dos animais (vacas), para cada anatomia teria uma indicação de teteira o que operacionalmente se tornaria inviável a operação de ordenha.
Seguindo o mesmo estudo (Rubim 2011) nos demonstra a distribuição de inserção do úbere, que foram classificados em oito tipos diferentes;
Sendo assim, as teteiras e coletores de leite devem possuir um desempenho bom nesse terreno com diferentes desafios, sempre buscando maximizar o uso de um design para melhor aproveitamento em todo rebanho.
Quando analisamos o produto teteira como um todo a parte descrita anteriormente também chamada de “cabeça da teteira” é uma das partes de contato direto com a pele do animal e é responsável pela estabilidade da teteira no teto, por isso essa variedade de desenhos. Quando olharmos o formato do corpo da teteira existem hoje sendo utilizados o modelo clássico redondo e os novos modelos triangular e quadrado.
Quanto ao funcionamento, todos tem o mesmo intuito de espremer e descansar a porção final do teto para que possamos extrair o leite do úbere. Entretanto, podem possuir diferenças de configurações, ou seja, utilizar dispositivo (capa ou copo metálico) próprio, por exemplo.
Para obtermos uma performance satisfatória após a escolha do tipo de teteira o conjunto inteiro de ordenha deve ser bem configurado, com coletor de boa vazão, mangueiras no comprimento correto e sistema de pulsação aferido, além de todo restante do sistema de ordenha estar regulado, por isso, a importância do trabalho sincronizado e harmônico entre o técnico do equipamento de ordenha e o técnico da fazenda. Além disso é muito importante a implantação das rotinas de ordenha para poder avaliar o desempenho das sessões de ordenha.
Outra parte de extrema importância e por muitas vezes razões de corte na parte de encaixe da teteira é o entendimento da forma de encaixar a teteira no niple do coletor. As teteiras possuem um reforço próximo ao encaixe e a mesma pode ter variadas formas, entretanto com o mesmo intuito de reforço para evitar corte ou rasgo quando comprimida contra a parede do niple.
Quanto ao encaixe do coletor podem ser conforme as figuras abaixo, na esquerda o coletor sem niple de encaixe, que requer a teteira especifica e ao lado coletor com niple para encaixe.
No caso dos coletores com niples de encaixe possuímos ainda a variação de serem retos, oblíquos com dobra e obliquo sem dobra. Esse ponto é considerado crítico pois os niples dependendo do que ocorrer podem avariar a teteira. Outro ponto extremamente importante é saber o diâmetro externo dos niples para saber o diâmetro correto de encaixe da teteira, que sempre informa o diâmetro interno. Por exemplo uma teteira encaixe 8 milímetros será indicada ao coletor com niple externo de 11 milimetros no máximo e assim por diante. O diâmetro do niple dos coletores sempre deve ser maior que o diâmetro de encaixe das teteiras, entretanto não mais que 3 milímetros senão estaremos forçando e vindo com tempo a rasgar o encaixe da teteira.
Quanto aos dispositivos devemos ter atenção ao anel de fixação de teteira no dispositivo (capa ou copo metálico) também seguindo a regra do anel da teteira ser maior que orifício do dispositivo, assim como o comprimento do dispositivo e teteira. A teteira poderá estirar entre 5 a 16 % de seu comprimento para seu bom funcionamento no dispositivo.
Já quanto aos materiais podemos produzir as teteiras em borracha que é a matéria prima mais utilizada no mundo, entretanto essa mesma possui um período de funcionamento indicado onde manterá sua performance. Trabalhar acima da vida útil da teteira poderá acarretar uma série de transtornos como queda de rendimento. Sua performance fica assegurada até 2500 ordenhas, 6 meses ou 833 horas. Sempre sugerimos utilizar números de ordenhas que pode ser calculado através da fórmula (2500/(AxB/C) onde A = número de vacas por dia, B = numero de ordenha por dia e C = número de unidades de ordenha e os 2500 o total da duração, ou verificar a tabela que acompanha as teteiras na embalagem da Inabor ou ainda utilizar a calculadora de troca que está disponível no nosso site para realizar a programação de troca de teteiras.Quando optamos pelo silicone que é um material mais nobre, temos uma resistência térmica maior que a borracha, resistência aos produtos químicos como clorados e a vida útil da teteira é mais prolongada. Também utilizando a mesma lógica do cálculo de borracha, entretanto, com vida útil de 5000 ordenhas, 12 meses ou 1666 horas de ordenha. Porém, vale frisar que a resistência mecânica do silicone, impacto, é menor que a borracha e por isso que quando optarmos por silicone devemos possuir uma rotina de ordenha bem implementada para que não ocorra contratempos como corte na teteira por queda ou retirada brusca do conjunto de ordenha. Vale lembrar que o custo dos jogos de silicone é superior aos de borrachas.
Contudo retorno a frisar a importância da implementação de um bom programa de rotina de ordenha como forma de acompanhamento de desempenho da ordenha além de manter um bom entrosamento com o técnico ou empresa que presta assistência no equipamento de ordenha e possuir acompanhamento veterinário para certificar que as operações estão dentro do planejado pela granja leiteira.
Excelente Lactação a todas fazendas.
Lissandro Stefanello Mioso
Med. Veterinário / Consultor Técnico
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