[:br]Mais um ano se indo, o início de um novo ano nos oferece a oportunidade de olhar com alegria, discernimento, entendimento e coragem para o ano que passou e para o ano que está por vir.
Quando chegar vai ser pleno de esperanças. Espera-se o Ano Novo para começar vida nova, para estabelecer novas metas, renovar propósitos e tantas outras coisas, seja pelo lado profissional como o pessoal.
É com esse espirito de reflexão que desejamos encerrar o ano de 2019, realizar um balanço ao olhar para o mercado e analisar os acontecimentos relevantes para o setor lácteo brasileiro em 2019.
Um dos principais acontecimentos para o setor leiteiro entre tantos, foi a promulgação das Instruções Normativas para cadeia do leite pelo Ministério da Agricultura, substituindo a famosa Instrução Normativa (IN) Nº 51 de 2002, que de tanto protelarem sua aplicação se fez necessário um novo entendimento para que o leite brasileiro tivesse uma nova norma de padrão de qualidade.
O Ministério da Agricultura lançou nesse ano as Normativas, IN-76 e IN-77 que sofreram algumas alterações já nesse ano de 2019. As mesmas foram flexibilizadas para atender um universo maior de produtores, assim promulgando as IN-58 alterando o 7º e 8º artigo da IN-76, e a IN-59 alterando os artigos 44º,45º,49º e 52º da IN-77. Essas alterações se encontram publicadas no Diário Oficial da União nº 216 seção 1 página 18 de 07/11/2019.
Muitos ficaram receosos de início com as novas normas para a produção de leite, alegavam e com razão a existências de gargalos importantes como fornecimento de energia elétrica deficiente, dificuldade financeiras para novos investimentos e os acessos as propriedades serem por muitas vezes precários principalmente em dias chuvosos.
É sabido que os desafios para uma boa lactação como custo de produção, produtividade animal e preço do leite no Brasil são grandes. Porém o desafio da produção de alimentos também grande. Possuímos uma taxa de crescimento populacional que demandará por mais alimento no futuro, entretanto, devemos ficar atento as novas demandas da sociedade de consumo como:
· bem-estar animal;
· uso racional da água;
· menor uso de herbicidas, pesticidas e zelo com meio ambiente;
· maior qualidade no produto produzido;
Juntamente com as novas normas (IN 76 e 77) acredita-se que poderemos acessar novos mercados e não depender só do mercado interno, assim melhorando a remuneração ao leite. É uma tendência, não uma garantia, mas para isso a segurança, higiene e qualidade alimentar é imprescindível não só para abertura do mercado do leite.
Sabemos que os produtores rurais são uma classe que possui muita resiliência, experiência, conhecimento e entusiasmo em produzir e superar desafios, no entanto, sozinhos não poderão garantir a produção segura de alimentos, devendo os consumidores, varejistas, fabricantes, empresas comerciais, autoridades públicas, cientistas e instituições financeiras serem corresponsáveis em promover um ambiente de negócios favoráveis a todos os envolvidos.
E o que esperar de 2020? De nada adianta mudarmos o número do ano no calendário se continuarmos com velhos hábitos, a nos programar do mesmo jeito, tendo as mesmas atitudes, produzindo da mesma maneira, as mesmas reações, deixando-se ficar na mesmice. Precisamos estar preparados realmente para um novo ano, com novas atitudes, adeptos a mudanças e entendendo que essas mudanças sejam para o melhor, na esperança que o que está por vir seja mais produtivo em todos os setores.
“Vivemos até agora na suposição de que o que era bom para nós era bom para o mundo. Foi um engano. Precisamos alterar a nossa existência de modo que seja possível viver com a convicção contrária, de que o que é bom para o mundo há de ser bom para nós” (T.Graedel, 2002).
Boas festas e um 2020 repleto de mudanças e realizações!
Lissandro Stefanello Mioso-CRMV/RS 8457
Médico Veterinário/Consultor Técnico Comercial[:]