A produção leiteira está sempre impondo desafios em vários aspectos, o que faz o profissional e produtor de leite permanecer em uma busca diária de alternativas e tecnologias que o auxiliem no seu trabalho.
Os profissionais envolvidos nessa atividade buscam sempre entregar o melhor serviço e estão sempre em busca de novas soluções, promovendo a introdução de novos conceitos e tratamentos, sendo um deles entre tantos a aplicação de ozônio como método de tratamento da mastite bovina.
Ozônio é um gás encontrado naturalmente na estratosfera, ele forma uma camada que envolve a atmosfera terrestre bloqueando a passagem da radiação solar para terra.
Esta camada de ozônio está localizada em uma faixa entre 15 a 55 km acima da superfície terrestre. O ozônio (O3) foi detectado pela primeira vez em 1785 pelo físico alemão Martinus Von Marum. E em 1857 o engenheiro Werner Von Siemens desenvolveu a primeira unidade geradora de ozônio. Com isso foi possível realizar os primeiros testes bacteriológicos sobre microrganismo e a primeira insuflação de gás em animais e humanos em 1873 e se descobriu a capacidade desse gás para eliminar microrganismos.
Na medicina foi durante a I Guerra Mundial que o Dr. Albert Wolf utilizou ozônio para tratamento de feridas e fistulas. Após isso o ozônio perde sua relevância devido à ausência de dispositivos adequados para aplicação e o advento dos antibióticos, penicilina e sulfamidas, entretanto no inicio da década de 60 retorna o uso e com advento do plástico novas formas de aplicação e um novo modelo de gerador de ozônio é lançado.
Em 1986 na universidade de Marbug é realizado os primeiros estudos em animais abrindo uma nova fase para ozônio terapia. A mesma é utilizada nos últimos 35 anos por diversos países, aumentando os estudos e conhecimentos sobre seu efeito farmacológico para serem utilizados tanto em animais como em humanos.
Esse pequeno histórico é para se conhecer um pouco mais da ozônio terapia e seu potencial de uso na veterinária principalmente no problema que representa uma perda significativa de valor econômico na pecuária leiteira, a mastite bovina que é impactada por todo o procedimento para tratamento do animal e seus desdobramentos
O uso da ozônio terapia se mostrou eficiente na mastite por deixar o leite livre de resíduos durante a terapia, na inflamação do úbere e na recuperação dos animais como tratamento de eleição ou coadjuvante ao tratamento convencional, sendo eficaz e segura alternativa de tratamento não sendo observados efeitos negativos durante aplicação de ozônio intramamario em vacas leiteiras.
De certa maneira a mastite está presente em 100% das fazendas sendo muito importante seu monitoramento e pronta recuperação do animal para minimizar as perdas de produção e econômica. A importância do monitoramento da condição de uso do sistema de ordenha é fundamental para o controle da mastite. É preciso observar sempre a capacidade do equipamento quanto aos seus níveis de vácuo e adaptação dos conjuntos de ordenha. Controlar a utilização e substituição das partes de borracha, em especial as teteiras que possuem vida útil pré-determinada e a integridade e comprimento das mangueiras, tanto de leite como de vácuo para melhor desempenho do equipamento minimizando os efeitos negativos da ordenha.
Devemos estar sempre vigilantes, entretanto com estratégias definidas e aplicadas. Devemos contar com bom assessoramento veterinário e técnico para o sistema de ordenha auxiliando no alcance dos objetivos e numa lactação sem imprevistos.
Boa lactação!
Por Lissandro Stefanello Mioso, Consultor Técnico/Comercial, Médico Veterinário
Bibliografia:
Ozônio Terapia em Medicina Veterinária; autora: Phd. DMV. Zullit B. Zamora Rodrigues;
Colaboradores: DMVZ. Eduardo Fleitas Gonzalez
PhD. Oscar E Ledea Lozano
Dr. Sc. Wilfredo Irrazabal Urruchi